Espaços, Compassos e as Palavras

Palavras, são compassos em nossos espaços...

April 10, 2007

A poesia do Eu...

Ó SINO da minha aldeia,
Dolente na tarde calma,
Cada tua badalada
Soa dentro da minha alma.
E é tão lento o teu soar,
Tão como triste da vida,
Que já a primeira pancada
Tem o som de repetida.
Por mais que me tanjas perto,
Quando passo, sempre errante,
És para mim como um sonho,
Soas-me na alma distante.
A cada pancada tua,
Vibrante no céu aberto,
Sinto mais longe o passado,
Sinto a saudade mais perto.
Fernando Pessoa, em POESIA DO EU, pág.42, Ed.Assírio & Alvim.
(Edição RICHARD ZENITH).

11 Comments:

At 1:51 PM, Blogger Ana Prado said...

Posso só fazer um pequeníssimo reparo? Se for possível, separa as estrofes:) E uma sugestão? Experimentar a ouvir este texto na voz de Maria Bethânia, o Álbum chama-se "A Imitação da Vida", é um trabalho, no qual a cantora faz uma abordagem musical a muitos textos pessoanos. E é qualquer coisa de magnífico:)

Beijito

 
At 4:22 PM, Blogger Luís said...

A minha aldeia também tem um sino assim =)

Vou aproveitar a dica Ana!

 
At 9:12 PM, Blogger MiaHari said...

Olá Ana Prado,
Tens toda a razão mas, acontece que ao escrever o poema, o fiz separando as estrofes; quando prévisualizei, estava tudo bem; quando dei o OK para publicação, saíu assim... tentei alterar de imediato mas, não aceitou de forma nenhuma, não sei a razão.
Vou adquirir o Album "A Imitação da Vida" de Maria Bethânia, bem hajas pela sugestão!
Tentei entrar na tua nova morada mas não consegui, aparece tudo em branco e, o sistema bloqueia. Por isso aqui deixo a minha mensagem para ti.
Xi-coração e bem hajas.

 
At 9:23 PM, Blogger MiaHari said...

Luis,

Este poema de PESSOA, como a maioria, é tão magnífico que mesmo sem ilustração temos a imagem... não é?
Tentei entrar no teu blog, consegui ler o teu lindo (como sempre!)texto mas, não consegui comentar... Por isso te deixo aqui a minha presença!
Um abraço

 
At 11:55 PM, Blogger Ana Prado said...

miahari, também já me tem acontecido isso, então há que dar a volta à questão:

Ó SINO da minha aldeia,
Dolente na tarde calma,
Cada tua badalada
Soa dentro da minha alma.
....
E é tão lento o teu soar,
Tão como triste da vida,
Que já a primeira pancada
Tem o som de repetida.
(...)

Basta que coloques um ponto entre as estrofes e, como o fundo do teu blogue é branco, coloca esses pontos a branco também. Assim consegues o que pretendes e não se vê depois de publicado:))

Beijo.
Ah e "A Imitação da Vida", garanto-vos, vale mesmo a pena. É um duplo álbum e para quem gosta de Pessoa e de Maria Bethânia, é a cereja em cima do bolo:)

Quando ao Inteira Luz, não sei qual a razão de não conseguires entrar, para isso não tenho truque eheheh
Beijito

 
At 1:15 AM, Blogger MiaHari said...

Olá Ana Prado,

Bem hajas pela sugestão, de facto é simples dar a volta como dizes, da proxima vez já sei como fazer! No caso presente não consigo que aceite a alteração... sistemas!..
Com o CD, vou ficar encantada de certeza!
Bem hajas pelas sugestões.
Beijinho.

 
At 11:09 PM, Blogger greentea said...

AINDA TOCA O SINO??

pensei q tinhas desaparecido , numa altura há tempos não conseguia entrar no blog,

beijinhos para ti

 
At 11:57 PM, Blogger oceanus said...

Aldeias de casas caiadas, ruas arrumadas, lamúrias de gente sentada, sino que marca a compasso de horas certas as vidas das pessoas ...

Sempre Fernando Pessoa, quem melhor do que ele para viver em sintonia com o resto do mundo? confinado a um Portugal, ainda, tão ....

um abraço do fundo do Oceanus

 
At 6:55 PM, Blogger margusta said...

Quando forem ver o mar, e sentirem um forte cheiro a maresia, lembrem-se de mim...estarei sempre por lá!...eu sou Mar...Margusta...

Abraço-Vos com emoção!!!...

 
At 10:38 PM, Blogger Teresa Calcao said...

Tenho saudades desses tempos.....Sera que ainda toquem os sinos???????
Beijinho

 
At 8:08 PM, Blogger MiaHari said...

Greentea,
Oceanus,
Margusta,
Teresa Calcao,

Os Sinos continuam e continuarão a tocar, lançando por entre os ventos seus sons de alegria ou tristeza, consoante ritmo e tinar das badaladas. São conversas da vida, sons da vida, que se espalham por aí e por além, dentro e fora de algum lugar... Levam e trazem sempre alguma mensagem!
Obrigada pelas vossas visitas!
Beijinhos, voltem sempre.

 

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